quinta-feira, 5 de novembro de 2009

NOVOS HORIZONTES

No capítulo anterior 'VOCAÇÃO', QUE BICHO É ESSE'?, manifestei claramente uma ponta de pesar pelo fato de eu não ser talentoso o suficiente para despertar o interesse de um maior número de leitores para minhas memórias. A maneira um tanto linear com que as tenho expressado até agora é passível de revisão. Na medida em que as limitações se forem dissipando na experiência, certamente a insipidez irá cedendo espaço para reminiscências mais nítidas e harmonizadas com as circunstâncias rememoradas. Um antigo ditado popular reza que 'o horizonte para um sapo na superfície d'água de um poço tem a dimensão do bocal deste'. Podemos esperar que nossos horizontes se alarguem na medida em que nossa percepção consiga divagar mais amplamente nas circunstâncias que compõem o cenário de nossa existência. Minhas primeiras memórias refletem a irreverência da infância. A espontaneidade dos primeiros anos de existência. À maioria das coisas que formam o cenário em que estamos inseridos costumamos dar um caráter lúdico. É assim com a maioria das crianças. Exceto as crianças identificadas como superdotadas, os gênios!. Existem casos de crianças que desde a mais tenra idade recebem um adestramento que as faz 'amadurecer' precocemente. É a norma em nossos dias. A mídia passa a integrar a vida da criança desde antes de nascer. O diagnóstico por imagem permite identificar o sexo do novo ser, já nas primeiras semanas de vida embrionária. Os bebês por vezes já nascem com os olhinhos acesos. Às vezes já com dentinhos. Outros começam a caminhar bem antes do esperado. O precoce despertar do intelecto torna-se uma contingência da vida hodierna. Atrevo-me a concluir que as circunstâncias determinam o grau de precocidade de um indivíduo. Mas não creio seja tão simples assim a explicação. As sucessivas reencarnações nos possibilitam apreciáveis progressos. Acontece que a pressão para o 'consumo' de recursos tecnológicos, acaba por desviar a atenção de grande parte da humanidade para o capitalismo desenfreado que relega a planos secundários o verdadeiro instrumento de evolução do homem, a ESPIRITUALIZAÇÃO. Nossas crianças cada vez menos são despertadas em sua espiritualidade. Em contrapartida são cada vez mais precocemente 'adestradas' no uso e dependência dos ditos modernos meios de comunicação. Não sou contra estes. Sou pelo uso racional deles. A espiritualização conduz para uma vida com ética, moral e respeito pelo nosso semelhante. O consumo massivo e irracional dos recursos tecnológicos, freqüentemente, nos tem apontado para o recrudescimento da corrupção, criminalidade, impunidade, imoralidade e decadência dos costumes de nossa juventude. Nesta repousa o alicerce da sociedade futura. Pessimismo à parte, que belo futuro nos aguarda!.

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