Num certo dia minha mãe foi a cidade com a minha irmã mais moça. Essa irmã cuidava de mim com todo o desvelo. Que trabalheira dar milho na palma da mão pra uma vaca barrosa e baldosa pra que ela afrouxasse o leite pra o rapa do tacho beber!. Outra aprontada minha, agora já bem taludo, mas sempre protegido: "quebra" ou colheita de milho, com um olho na espiga e outro no céu carregado e ameaçador de muita chuva. E carreta vem cheia ,esvazia na porta do paiol e retorna buscar outra carga. Verdadeira montanha de espigas de milho que eu aos poucos ia arremessando e introduzindo no girau do paiol. Lá pelas tantas decidi testar os bíceps braquiais pulando e tentando agarrar as pontas de meias taquara que amarravam a cobertura de Santa fé, um tipo de capim áspero muito usado em quinchas. As ditas pontas estavam podres, rebentaram e eu ao despencar fiquei dependurado que nem um cordeiro num gancho de açougue fixado no lado externo do marco da porta. O tal gancho estava ali porque sua serventia era ali, especialmente quando se matava porco ou traziam um quarto de rês pra charquear. Não era para macaquices. Minha saudosa irmã apesar de doente que sempre foi, conservou a serenidade, retirou-me do gancho lavou-me, e, quando minha mãe chegou da lavoura aqueceu um ferro de marcar gado "ao rubro", encostou na ferida, deu uma frigida, e eu saí "rabiando" que nem leitão que acaba ser vacinado. Não "engrossei" porque sabia ter culpa em cartório e a alegação de que eu era doente já começava a dissipar. Nunca infeccionou e ainda conservo a cicatriz do ferimento.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
DEZ PRIMAVERAS NAS ESTRADAS DE BEL...
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