sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O INTERREGNO...

Pois no intervalo entre a saída da fazenda Primavera e a chegada no Cacequi ainda cabem alguns acontecimentos que julgo dignos de menção. Um, certamente foi o Registro Civil de todos os irmãos mais moços inclusive eu "o rapa do taxo", há algum tempo procrastinado. Devido à longa doença de meu pai a requerer cuidados constantes de minha mãe, que além de administrar a casa, cuidar da plantação, dos animais, educar e distribuir tarefas aos filhos maiores para que auxiliassem a cuidar os menores, teria que ser enfermeira!.Vá lá! Ela tinha já “parturejado” uma amiga ou aparentada, numa certa vez em que a parteira de ofício estava ausente. Só que nesse caso após "recepcionar" o neófito e "podar" o cordão umbilical do dito cujo ela observou o curioso olhar da parturiente dirigido ao "coto" umbilical de seu bebê. Observando mais atentamente, minha mãe resolveu retirar mais um naco do referido coto e aí sim recebeu o sorriso de assentimento da atenta mãe. Feita esta breve divagação que nos auxilia avaliar a performance de minha mãe e o motivo de somente agora ela providenciar nos referidos Registros. Foi uma festança na Capela do Carmo não muito distante da esquina de São Rafael, e de minha primeira escola. Eu e meus irmãos pouco mais velhos fomos registrados e batizados no religioso, pois até então éramos autênticos pagãos. Embora já fôssemos batizados em casa. Outro acontecido importante por ser nossa última "farra" juntos, pois nunca mais seríamos "os três mosqueteiros". Tinha ainda o irmão, Dartagnan mais velho, quase independente e mui sisudo. O irmão mais velho de todos, já reservista, corria mundo, trabalhando nas "haciendas correntinas”, onde pagavam muito bem, como até hoje sói acontecer. Anos depois retornou aos pagos e veio ser capataz na estância de seu padrinho nas cercanias do Loreto, onde cumpriu sua existência. Mas a derradeira brincadeira dos três mosqueteiros da Primavera foi, literalmente, um “Incendeio”. Tocamos fogo numa moita com insetos melíferos vespídeos, para acalmá-los e podermos tirar o mel. No capim seco o fogo se alastrou rápido, e tocado pelo vento tomou a direção de nossos galpões e casa. Com muito custo controlamos o fogo já próximo ao arvoredo e bananeiras. Nos "borramos" todos, jogamos a culpa nos tropeiros das fazendas próximas e por muitíssimo tempo nem mesmo entre nós se mencionava o episódio. Estava marcada e encerrada nossa passagem de guris campeiros na fazenda Primavera. È pura verdade. Agora vamos retornar à mudança para a cidade do Cacequi.

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