Como já referi, por várias vezes eu entendera estar sendo atingido em minha dignidade. Isto fora do trabalho ou da escola. Sabia as conseqüências que adviriam. No trabalho não havia interesse de ninguém em “cutucar a onça com vara curta”. Sabiam de minhas potencialidades. Na rua e na saída da escola não tinham essa preocupação. Alguns desafetos remanescentes do curso primário que tinham constado nas planilhas de monitor, e cujos ou melhor, "sujos" nomes eram divulgados aos professores no relatório- por vezes pretenderam “ir à forra”.
Certa vez um daqueles 'dito-sujo' alardeara no recreio para outros colegas, que na saída da aula, iria dar uma lição no "batatão". Pois era assim que os despeitados me tratavam, para me atingir. E atingiam com freqüência. Eu era mui branco mesmo. Além do mais não se conhecia batata- cor-de-rosa, ainda. Preparei-me psicologicamente para o embate. Seria travado num “campito” próximo dali. Como disse, nas dependências da escola, era “suspensão” na certa. E isso não ficava bem pra um monitor e aprendiz de boticário. O desafeto era bem mais “avantajado”, de coloração “acobreada-suja”. Era filho de colonos de origem alemã, queimado do sol e um tanto impregnado com terra vermelha, comum naquela região.
O rapagão, tão logo chegamos no dito campinho, atacou-me com sua maleta escolar. Por sorte me esquivei. Um torcedor ,ali perto informou: cuidado! Ele tem parafusos na maleta ! Nem deu tempo pra agradecer e já era visado por novo “Vapt” da maleta. Outra vez a sorte da esquiva. Mas maleta com parafusos pesava muito e desequilibrava meu agressor. Numa daquelas, após nova esquiva e novo desequilíbrio, saltei em cima do dito cujo. Ele soltou a maleta e se veio “espumando”. Sorte novamente, acertei em cheio dois “diretos” nas fuças do fulano. Começou a jorrar uma sangueira. O meninão se assustou e desistiu. Gritei-lhe: “Batatão não, seu ...!!!
E fui aclamado vencedor por meus pares. Afinal, eu era aluno-monitor e aprendiz de boticário. Minha fama aumentava, agora até como pugilista. Em casa, com os punhos todos sujos de sangue, tive que dar explicações para minha mãe. Só não apanhei pelo motivo de estar com minha cara limpa. Mas tive que prometer não fazer mais rusga com ninguém. Levei algum tempo para cumprir tal promessa, como ainda veremos no futuro.
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