Mamãe exibiu aquela pequena parafernália aos meus irmãos imediatamente mais velhos e para mim, esboçando alguma familiaridade ao riscar algumas formas que logo conclui tratar-se de letras do abecedário e números. Meus irmãos "trocaram" orelhas e olhares. Algum tempo depois um saco de batatas "ajeitado" no lombo da velha e mansa égua "Sarica", rumava pra esquina de São Rafael; era eu que ia estudar como “acolherar” os números e as letras entre si, na escolinha rural distrital, distante cerca de duas léguas e pico de nossa moradia. Penso que foram meia dúzia de aulas, talvez oito, não lembro exatamente.Lembro que algumas vezes eu chegava molhado qual um pinto na escola ou em casa, embora portasse sobre a cabeça e os lombos um saco de estopa arrumado de modo a coincidir um canto dentro do outro e vestido à maneira de carapuça que descia até quase os pés; e não é que fosse eu nanico,o saco é que extrapolava. Não demorei muito a conhecer as letras e até ajoujá-las. Com os números não foi diferente na teoria. Hoje a experiência mostra-me a importância daquela que foi nossa mãe, pai e mestra inconteste apesar de "falar pouco para errar menos", nas suas próprias palavras. Reservada e introvertida Mamãe jamais alardeou "que os dias da Primavera estavam contados".
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
UMA LOUSA-ABACIAL NAS ESTRADAS DE BEL....
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