A despacito nossa memória se ia desgarrando da experiência de antanho, à medida que nos entrosávamos com o povo da simpática e hospitaleira, Cacequi. Por sinal, grafada ainda com “y”, uma reminiscência aos primeiros e legítimos moradores guaranis, mais precisamente Waranys. O significado do topônimo seria mais ou menos "águas do Cacique guerreiro". Interpretação que pode carecer de mais luz, em outro espaço. Seja como tal, no momento quero me deter no nosso ambientamento nessa cidade que estávamos, agora, a "engordar", em detrimento do campo que se nos tornara inóspito. De qualquer maneira carregaríamos em nossas ancas a marca “terrunha” dos continentinos, pelo lado paterno e guarani legado por nossa heroína-mãe. Esta, como sempre, muito ciosa de seus objetivos, já providenciara a matricula dos filhos na escola primária mais próxima. Afinal pra isso, principalmente, tínhamos deixado o campo. Eu e meu irmão imediatamente mais velho seríamos aceitos no curso primário diurno, enquanto os imediatamente mais velhos cursariam o noturno. Estes eram o 'maestro' do saudoso moinho de pedra e minha irmã, já mocetona. Isso seria pro próximo ano, pois este de 1951 já dava sinais estertorosos. Ocorreu que o meeiro nosso substituto era padrinho do meu irmão 'maestro moageiro' e este então, retornou aos 'pagos', a modo de prático, até o início das aulas no ano seguinte. Mesmo porque o seu padrinho e família não eram muito “tapejaras” naquelas lides. Nesse ínterim, mamãe providenciara uma estacada de ta´kwar (taquara) para reter as “penosas” e evitar que tentassem retornar aos antigos pagos onde viveriam em liberdade. Ledo engano! Tanto assim, que "desbravando" o tremedal existente num extremo de nossa chácara - por que ela tinha realmente, algum rompante de chácara - eu achei entre os karawátã, uma ninhada de ovos de propriedade de uma 'galinha baguala' a qual, assim agindo, demonstrava não estar satisfeita com a turbulência da cidade.
domingo, 20 de setembro de 2009
VIVENDO NA CIDADE DO CACEQUI.
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3 comentários:
O Sr. tem um talento de escritor. Estou perplexa com tamanha riqueza dos detalhes. Este já é seu livro. Me lembra A Casa das Sete Mulheres.Apenas lembra, pois o seu texto é muito melhor. Vamos acompanhando para depois publicar. Bjs
E tenho dito!!!
Ora meus amados!,não façam assim.Não elogiem o asno antes de ele vencer a encosta.Além do mais sou mais um "Eterno viajor de eterna senda"(castro alves),buscando outros 'Cacequi' em que me possa iniciar noutras lides e ofício.Até porque, vindos de vcs.,assoberba a responsabilidade e pode obnubilar a consciência.
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